Fui ontem ver pela primeira vez um concerto da carismática banda, no renovado Maxime, ali para os lados da Praça da Alegria.
Não é que seja um fã da música dos Ena Pá 2000 mas o maluco do Manuel Vieira é uma pessoa que me fascina. Digo maluco, porque acredito que lhe falte mesmo algum parafuso, embora não o diga com nenhum juízo de valor.
O gajo é um artista, embora seja visto por outros como ordinário. O gajo pinta, compõe música e executa-a, e até representa. Mas é o seu lado insano que me chama a atenção.
Voltando ao concerto desse dia...
As portas do Maxime abriram às 23h00 e o fluxo do pessoal que estava ali para entrar foi controlado pelos porteiros, que fizeram com que se entrasse a conta-gotas : "
Ora agora, entra um grupo de 4 pessoas". Era chato, pois o maralhal concentrou-se à entrada... com o calor que estava ontem mais o calor humano de gente apinhada, estão a ver o que foi.
Mas acredito que tivessem razão para uma entrada tão controlada, embora a desconheça.
Entrei juntamente com um amigo meu e desembolsei 10 euros, o que acho bastante acessível para um concerto.
Se eu achava que a parte da entrada tinha sido um pouco desagradável, desconhecia o que se iria passar a seguir...
Então foi assim: Li que o concerto teria início às 23h00 no jornal Metro. Na verdade, já dentro do local pude ler num folheto que o início era às 23h30... OK, possivelmente às 23h00 era o ínicio da abertura das portas e houve um erro qq duma das partes.
Com 1 sala sobre-lotada em que o ar condicionado realmente não conseguia dar conta do recado (de tal modo que mais parecia não existir nenhum) o calor era abrasador e não estou a exagerar qnd digo que aquilo
era uma sauna, mas com gente vestida para um concerto.
Agora imaginem que afinal, o conjunto começa a tocar ... às 0H40.
Digo-vos 1 coisa : numa sala lotada, com música ambiente aos berros a encher chouriços enquanto os artistas não decidem aparecer, com um calor que, na boa, superava os 35ºC, só não me vim embora porque o meu amigo não saía dali enquanto não visse os Ena Pá. Ah, e se o fizesse, ia reclamar os meus 10 euros, pois há limites para tudo (uma nota : as vendas de águas e bebidas não pararam e fazia-se a muito bom ritmo).
Então, por volta da 0h40 lá aparecem os artistas e sem darem qq explicações sobre o seu atraso, começam a tocar.
Sofrendo de algo que considero um mal quase geral, optam por abrir as goelas ao sistema de som. "
Aumenta aí os agudos" disse Vieira 5 minutos depois de iniciar o concerto.
Eu ainda não compreendi as mentalidades dos envolvidos ... sinceramente não sei se são os organizadores dos espectáculos que acham que todos os presentes sofrem de surdez ou se são os próprios que são masoquistas e gostam de lixar os tímpanos permanentemente (a sério, som demasiado alto provoca danos irreversíveis na audição). Eu comparo esta atitude dos organizadores e uma falta de educação e a um acto de arrogância extrema. "
Ai vieste cá ouvir os artistas? Então abre bem os ouvidos e toma lá disto para ver se gostas. Se não gostas, vai-te embora pois não tens outra solução. Nós estamo-nos a cagar, pois já temos o teu dinheiro."
O que safou mesmo, foi o truque de hipnotismo que separou as duas partes do concerto ... Quem esteve lá, sabe do que estou a falar.
Ontem lembrei-me porque não gosto de concertos. À excepção dos que se realizam na Aula Magna, onde todos os defeitos que acima apontei nunca verifiquei.